Gosto muito dessa foto. Não porque ela seja uma ótima fotografia para a posteridade: “Olha só como você era jovem!”. Ou porque traga consigo lembranças de dias bem vividos. Ao vê-la encontro meu próprio olhar e, por isso, me alegro. Porém, a foto oculta sua real verdade: não são os meus olhos que estão aí, mas sim um olhar amoroso que, quando posto sobre eles, os ilumina. E somente isso é capaz de nos curar.
A princípio, olhar nos olhos de alguém exige certa coragem interior porque precisamos aprender a suportar o íntimo incômodo que vem dessa ação. Porém, se somos perseverantes, logo nossa visão descansa na contemplação do outro e, a partir disso, somos libertos: libertos dos pensamentos que, como um cavalo louco, correm para todos os lados. Faz-se silêncio. Encontramo-nos.
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